segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Temporada de Janeiro 2017 - Primeiras Impressões (By Lyonel)



Já se passaram duas semanas desde o começo de 2017 e do inicio da temporada de animes do inverno japonês, então após conferir os lançamentos que me despertavam algum interesse cá estou eu comentando oque pude retirar destes primeiros episódios. Então apertem os cintos e vamos conversar um pouco sobre desenhos chineses pra esquecer dos problemas.


Little Witch Academia



Harry Potter com garotinhas fofas. A estrutura do novo anime do estúdio Trigger não poderia ser mais simples, temos uma protagonista nascida-trouxa entrando em uma Hogwarts onde reina o preconceito e o sentimento de pureza racial e acadêmico, daí temos o choque de ideais entre a protagonista que quer expandir o mundo da magia a novos horizontes e os outros alunos e professores que preferem se fechar nas restrições étnicas e acadêmicas.



Litle Witch Academia é o segundo anime dos quatro que estrearam no "Projeto de treinamento para novos animadores de 2012" a ganhar uma adaptação para a TV(o primeiro foi Death Billiards/Death Parade) sendo que antes disso o especial já havia ganhado uma continuação em forma de filme, agora a história será recontada nos moldes da TV oque gera uma previsível queda de qualidade no que tange ao quesito animação. Não é difícil imaginar que um orçamento mais apertado e um prazo mais curto provocam seus efeitos colaterais, ainda assim o visual diferenciado da animação consegue produzir seu efeito de encantar o expectador, é louvável que mesmo com a queda de detalhes de qualidade técnica o anime continua com uma ótica agradável ao olhar.



Uma proposta simples e um visual que mesmo em decadência ainda agrada, nada de muito especial ou de relevante, ainda assim nada que seja passível de criticas, essas são minhas impressões sobre o primeiro episódio de Litle Witch Academia.

Onihei


Um romance policial no japão feudal. Nada de muito especial pode ser comentado de Onihei, a série acompanha Hasegawa Heizo, o comandante de uma brigada de combate a roubos e incêndios de uma província no japão feudal. Pelo primeiro episódio aparenta ser uma série de estrutura episódica sobre os casos com os quais Heizo tem que lidar para manter a ordem e pegar os bandidões ao maior estilo "termina com um tiroteio no final"(substitua tiroteio por luta com katanas).



Se tem algo que pode ser criticado nesse anime é a baixa qualidade na animação, a impressão ao assistir o primeiro episódio é a de estar vendo um anime datado dos anos noventa ou oitenta, no máximo dá pra notar o uso mal feito de CG na figuração em cenas de tomadas abertas em público(algo um tanto quanto atual).



Continuo assistindo na pegada do "porque não?". Pode ser interessante acompanhar a série e ver no que ela vai dar, assim como as lições morais presentes no anime podem ser instrutivas quanto a ambientação histórica, mas isso só o decorrer do anime pode confirmar.


Kuzu no Honkai


Aquele anime aparentemente simples mas com um tema tão bizarro que pode ser pelo menos interessante no fim das contas. Kuzu no honkai é o novo anime do bloco Noitamina, famoso bloco de animação da TV Fuji de onde saíram muitos queridinhos da industria. O anime é adaptado do mangá da autora Yokoyari Mengo, conhecida por suas obras de natureza erótica e seu conteúdo sexual explícito, Kuzu no Honkai trás uma proposta um tanto quanto diferente dentro destes moldes. Acompanhamos a história de Hanabi e Mugi, um casal adolescente que aparenta ter um relacionamento feliz e saudável, mas que na verdade vivem uma situação infeliz onde apenas se consolam por conta de seus amores não correspondidos por outras pessoas.



Chega a ser engraçado se você conseguir sublevar o sentimento de amargura que a obra passa, na verdade é uma junção estranha e interessante a que a série consegue fazer entre um espirito de comédia romântica adolescente e algo um pouco mais maduro, de natureza mais amarga, no final a série se torna algo agridoce, diferente.



A forma como o relacionamento dos protagonistas é construído se enviesa por fórmulas animescas(paixões por professores, irmãos, etc.), mas culmina em algo que pode ser interpretado de forma mais crível, um relacionamento maduro entre duas pessoas que compartilham de desejos não correspondidos e encontram um no outro uma forma de extravasar a solidão e a necessidade de contato íntimo. A forma como a autora trata o sexo em suas obras está muito ligada a isto, por mais apelativo que seja, ela consegue passar o contato sexual de forma muito mais natural e cotidiana do que a suma maioria das obras da industria, que tende a dar contornos exagerados a mera citação do sexo.



O anime apresentou uma animação de qualidade e de longe a melhor ending da temporada, é um dos que acompanho com maior interesse até agora.

Demi-chan wa Kataritai 


Um anime sobre pessoas com deficiência? Demi-cha wa kataritai é de longe a estreia que mais merece um comentário aqui, se trata da história de um professor de biologia interessado na desafiadora existência de seres sobrenaturais(ajins, ou demis) em seu mundo, ao descobrir que uma outra professora e algumas de suas alunas eram demis ele se sente tentado a entrevistá-las para descobrir mais sobre seus estilos de vida e suas peculiaridades sobrenaturais.



Esse é um daqueles típicos animes harém de garotinhas moe, tem todos os clichês esperados e até aquele elemento sobrenatural pra dar uma apimentada. A questão é, também é um anime sobre deficiências físicas.



Existe esse clichê fetichista muito difundido hoje que são as "monster girls", com certeza você já viu ou ouviu falar de algum anime com esse tema, Demi-chan não foge desse clichê e se sustenta na onda dessa moda fazendo uso de todos os atributos que uma série comercial geralmente precisa apresentar para fazer sucesso. Entretanto a série faz uso desse tema de forma um pouco diferente, ela trabalha a existência de "monster girls" sob uma ótica bem peculiar, as garotas fofinhas são usadas para representar pessoas com deficiências físicas, sim, pode parecer maluco, mas é ótimo como a série trata os elementos sobrenaturais como limitações físicas e sociais.



É interessante como no primeiro episódio já podemos notar isso sendo trabalhado, a primeira aparição de algumas personagens por exemplo é com elas passando mal devido a suas peculiaridades(como a 'mulher da neve' que desmaiou devido ao calor). Outro exemplo é a garota vampira explicando em sua entrevista que ela é basicamente alguém muito anêmica que precisa de reposição de sangue constante e que por conta disso não suporta muito contato com o sol.  E não é nem um pouco difícil confirmar essa interpretação na Dullahan e sua dificuldade em ter contato social devido ao choque causado pela sua aparência e as dificuldades enfrentadas no dia a dia por sua condição(como pegar um ônibus lotado tendo que carregar uma cabeça?).



O segundo episódio só confirma e dá continuação a tudo que é dado a entender no primeiro e é lindo que ele culmine na adaptação de uma regra da escola para atender as necessidades especiais de uma aluna(mesmo que todo o caminho até ali tenha sido basicamente fanservice moe). Vale citar também o uso desses elementos sobrenaturais em suas consequências sociais, o preconceito citado nas perseguições sofridas por demis ao longo da história daquele mundo por exemplo, ou o caso da succubus que tenta se distanciar ao máximo de contato íntimo para se desvencilhar da má imagem associada a sua condição.



Esse anime com certeza não é uma obra prima, mas não deixa de ser um bom exemplo. Um bom exemplo de que é possível criar uma obra que se encaixe nos padrões comerciais sem no entanto ser vazio de significado. O moe, o harém, está tudo lá, mas também há um tema, uma proposta, uma mensagem. 

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Então foi isso queridos leitores, não se esqueçam de dar suas opiniões nos comentários, elas são sempre bem vindas. Até a próxima. o/

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